Conectas repudia veementemente as declarações do Secretário de Cultura Roberto Alvim em vídeo institucional veiculado nesta quinta-feira (16) e pede enérgico posicionamento do governo Bolsonaro.
Referências nazistas e reprodução do discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler, são deploráveis e inaceitáveis, além de ferir a memória de milhares de pessoas executadas pelo regime nazista e de representar uma ofensa à comunidade judaica brasileira. O presidente Jair Bolsonaro deveria afastar Roberto Alvim urgentemente do cargo, como indicado pelo presidente da Câmara Rodrigo Maia.
Segundo Alvim, o governo busca uma “cultura dinâmica, mas ao mesmo tempo enraizada na nobreza dos nossos mitos fundantes: a pátria, a família, a coragem do povo e sua profunda ligação com Deus, amparam nossas ações na criação de políticas públicas. As virtudes da fé, da lealdade, do autossacrifício e da luta contra o mal serão alçadas ao território sagrado das obras de Arte”.
O anúncio oficial de submissão da política pública para cultura à valores religiosos é mais um episódio em que o governo demonstra desprezo pelo princípio da laicidade do Estado brasileiro garantida pela Constituição Federal.
O direito à cultura, consagrado no artigo 22 da Declaração Universal de Direitos Humanos, é peça fundamental para uma democracia. O governo Bolsonaro tem atacado em diferentes oportunidades a liberdade artística. Sufocar a cultura é uma forma de enfraquecer a democracia.