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16/12/2016

Comunidade internacional falha com a Síria

Estados membros da ONU ignoram pedido de sessão de emergência da Assembleia Geral



Apesar do agravamento da emergência humanitária na Síria, com uma nova suspensão da evacuação de civis que vivem em zonas controladas por rebeldes na cidade de Aleppo, os países da ONU ainda não se manifestaram sobre o pedido de convocação de uma sessão especial de emergência da Assembleia Geral para tratar do caso. A demanda foi feita há duas semanas por 222 organizações da sociedade civil de 45 países, entre elas a Conectas.

A demora por parte dos Estados membros contrasta com a crescente preocupação dos especialistas das Nações Unidas. Em declaração feita em outubro, o alto comissário da entidade para os direitos humanos, Zeid Ra’ad Zeid Al-Hussein, afirmou que os civis estão sendo vítimas de “crimes de guerra” e “crimes contra humanidade”. “A responsabilidade de interromper a crise síria recai primeiramente sobre o Conselho de Segurança, mas não só. Assembleia Geral, portanto, também pode ter um papel”, afirmou.

Segundo relato de Stephen O’Brien divulgado, coordenador de ajuda de emergência e subsecretário-geral para assuntos humanitários da ONU, em nenhum lugar a crueldade da guerra na Síria foi tão severamente testemunhada como em Aleppo. “Imagine seu filho sendo levado às pressas para um porão sem condições sanitárias e sendo operado sem anestesia – essas são as condições na região leste de Aleppo”, afirmou Jan Egeland, assessor especial de Staffan de Mistura, enviado das Nações Unidas para o país.

Segundo o último relatório de Mistura, pelo menos 500 mil pessoas morreram e outras 11 milhões foram obrigadas a deixar suas casas desde o início do conflito, há seis anos. No documento que solicitam a sessão especial de emergência da Assembleia Geral, as entidades afirmam que a ONU “não cumpriu sua responsabilidade de proteger o povo sírio” e recomendam que os Estados membros explorem vias para levar à Justiça os perpetradores de crimes de guerra e contra a humanidade de todas as partes envolvidas no conflito.

  • Clique aqui para ler a íntegra do documento. 

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