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14/10/2019

XVI Colóquio Internacional de Direitos Humanos reúne ativistas

Evento promovido pela Conectas compartilhou estratégias de atuação no trabalho de defensores de direitos humanos de diversas partes do mundo

16th International Human Rights Colloquium 16th International Human Rights Colloquium

Em um contexto de avanço de políticas conservadoras e do movimento anti-direitos no Brasil e no mundo, o Colóquio Internacional de Direitos Humanos realizou sua 16ª edição em outubro, reunindo cerca de 50 defensores e ativistas vindos de regiões como Hungria, Filipinas e Palestina, além de diversas partes do Brasil.

O evento, organizado desde 2001 pela Conectas, visa a promover a integração e o intercâmbio entre defensores de direitos humanos do Sul Global, por meio do compartilhamento de conhecimentos, experiências e estratégias que permitam o avanço de suas agendas. Nos 16 anos de existência, o Colóquio reuniu mais de 1.600 ativistas de 85 países.

“O movimento de direitos humanos enfrenta restrições de participação que implicam, em muitos casos, no ataque direto à vida de seus ativistas”, explica a coordenadora de programas da Conectas, Camila Asano. “Nesse contexto, é importante termos uma rede de apoio e troca para nos fortalecermos e compartilharmos experiências de resistência e luta por direitos”.

A edição deste ano também contou com atividades no Rio de Janeiro, Pernambuco e Brasília, como forma de imersão em trabalhos de campo realizados pela Conectas e organizações parceiras nos últimos anos. As equipes foram divididas em quatro times, que acompanharam atividades específicas em cada cidade.

Imersões

Na visita ao Rio de Janeiro, os participantes conheceram o trabalho da Redes da Maré, para ver de perto os desafios enfrentados por ativistas e moradores em um dos maiores complexos de comunidades da cidade. A equipe também visitou a Defensoria Pública do Estado e fez reuniões para acompanhar a atuação internacional das organizações CEJIL e ISER sobre a política de segurança pública do Rio.

Focada na incidência política dentro do Congresso Nacional, a imersão de Brasília visitou gabinetes e comissões da Câmara dos Deputados e Senado Federal, além de dialogar com representantes do Ministério Público Federal e visitar embaixadas.

Em Pernambuco, a imersão conheceu o trabalho realizado pelo Fórum Suape, que luta pela garantia de direitos de comunidades quilombolas atingidas pela construção do Complexo Industrial e Portuário de Suape. Em Recife, houve a participação em eventos e debates promovidos pelo GAJOP.

O núcleo de São Paulo acompanhou, durante dois dias, as ações de entidades que monitoram a violência policial no Estado. Entre outras atividades, a equipe visitou o CAAF (Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Universidade Federal de São Paulo), que atua na identificação das ossadas encontradas na vala clandestina da época da ditadura do cemitério de Perus e o CDHS (Centro de Direitos Humanos de Sapopemba), que presta atendimento direto à população local no enfrentamento à violência policial e prevenção do genocídio. O grupo também visitou a Comunidade Cultural Quilombaque e o Centro Cultural Aparelha Luzia.

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