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26/09/2017

Civis sob ataque

Entidades cobram providências em relação a repressão contra civis em Mianmar

ariel view of an idp camp, irrewaddy delta, andaman sea ariel view of an idp camp, irrewaddy delta, andaman sea

Em Mianmar, mais de 400 mil pessoas já foram forçadas a deixar o país em meio à grave onda de repressão contra o povo rohingya (parte da minoria muçulmana). Durante a 36ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, organizações demandaram uma resolução do conflito e a garantia de acesso de ajuda humanitária.

O conflito no país asiático teve início após um ataque do povo rohingya contra o governo. A resposta veio por meio de uma ofensiva militar, que forçou o deslocamento de pessoas para outros países da região, como Bangladesh, e também promoveu uma série de abusos contra a população local.

No início do mês o secretário geral da ONU, António Guterres, chamou atenção para o risco de uma limpeza étnica. Alguns dias depois, o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos fez a mesma denúncia ao Conselho de Direitos Humanos, e exigiu que o Governo birmanês ponha fim à operação militar em Rakhine, região afetada pelo conflito.

O Conselho de Direitos Humanos já havia estabelecido uma Missão de Investigação (ou Fact-Finding Mission – FFM, no termo em inglês) em  Mianmar em sua 34ª sessão, em março deste ano, após relatos de violações de direitos humanos no estado de Rakhine a partir de outubro do ano passado. O governo de Mianmar, no entanto, reluta em cooperar com a FFM e negou alegações relativas a violações do direito internacional dos direitos humanos e do direito humanitário.

Por meio de carta aberta enviada aos Estados-membro e observadores do Conselho de Direitos Humanos da ONU, as entidades defenderam que “é imperativo que o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas enfrente urgentemente a escalada da situação em Mianmar através de uma resolução na próxima sessão”.

Para elas, a resolução deve ampliar o tempo da FFM além de março – que era o prazo inicial -; fazer com que a FFM forneça um relatório preliminar à Assembleia Geral da ONU em setembro 2017 e um relatório final ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU e à Assembleia Geral em 2018; solicitar a Mianmar que conceda urgentemente acesso total à FFM; e enfatizar a responsabilidade de Mianmar para prevenir e responsabilizar culpados por qualquer retaliação ou represália contra indivíduos que se envolverem com a FFM.

As organizações pedem ainda a manifestação de profunda preocupação com as recentes alegações de violações, exigência de um fim imediato dos ataques contra a população civil e concessão de acesso total para ajuda humanitária e observadores independentes.

O documento foi assinado pela Conectas e outras 43 entidades de todo o mundo.

  • Leia a carta na íntegra aqui.

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