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09/01/2015

Censura prévia

Entidades reagem a anúncio da PM sobre uso de “envelopamento” para isolar manifestantes

Polícia cerca manifestantes durante ato na Praça Roosevelt, em setembro de 2014 Polícia cerca manifestantes durante ato na Praça Roosevelt, em setembro de 2014

A decisão da Polícia Militar de São Paulo (PMSP), anunciada na quarta-feira (7/1), de cercar a manifestação do Movimento Passe Livre marcada para hoje e revistar todos que passarem pelo local foi classificada pela Conectas, Artigo 19 e pelo Núcleo Especializado em Direitos Humanos da Defensoria pública como “absoluta ilegalidade”. O anúncio foi feito pelo major Larry de Almeida Saraiva, comandante da operação organizada para acompanhar o ato.

Em documento encaminhado à Secretaria de Segurança Pública na tarde de ontem (8/1), as entidades manifestaram preocupação com possíveis violações aos direitos de reunião, associação e expressão.

Leia aqui a íntegra do documento encaminhado à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Além de mencionarem o “histórico de repressão por parte da PMSP em manifestações públicas”, as organizações defendem que “a intenção de isolar manifestantes e revistar indiscriminadamente todas as pessoas que  passarem pela região do ato é uma demonstração de censura prévia aos cidadãos que desejam exercer direitos fundamentais”. Para elas, a decisão pode ser sinal de que “a PMSP pretende frustrar a manifestação ao invés de assegurar os meios necessários para que o direito à reunião seja fruído regularmente”.

O alerta para possíveis violações também foi enviado ao Ministério Público estadual e à Defensoria Pública e à Comissão de Direitos Humanos da OAB.

Leia a íntegra dos documentos encaminhados ao MPE, à Defensoria e à OAB.

“Cercar e revistar pessoas indiscriminadamente é um atentado às liberdades e garantias da Constituição e dos tratados internacionais firmados pelo Brasil. Se permitir que o anúncio do major Saraiva se concretize, o governo do Estado abrirá mais um grave capítulo na longa lista de violações cometidas contra manifestantes”, afirma Marcos Fuchs, diretor adjunto da Conectas.

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