Na última segunda-feira (26), Conectas e mais de cinquenta organizações da sociedade civil assinaram uma nota conjunta denunciando as políticas de desmonte de legislações e órgãos de fiscalização ambiental pelo governo brasileiro ao G7, grupo que reúne os sete países mais desenvolvidos do mundo.
No documento, as instituições afirmam que o agravamento da crise ambiental na amazônia “é resultado direto do comportamento do governo de Jair Bolsonaro” e solicitam aos países-membro do bloco que adotem medidas concretas para o enfrentamento do desmatamento e das queimadas na região.
O líder indígena brasileiro, Kayapó Raoni Metuktire, entregou a carta pessoalmente ao presidente francês, Emmanuel Macron, após a reunião da cúpula do G7, que aconteceu entre os dias 24 e 26 de agosto na cidade de Biarritz, na França.
Entre os fatores de agravamento da crise, as instituições destacam: a recusa do governo de demarcar terras indígenas; o desmonte de órgãos federais responsáveis pela fiscalização ambiental, como o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e as tentativas de deslegitimar entidades técnicas encarregadas de monitorar a questão ambiental, como o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O avanço de queimadas na amazônia e as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a culpar ONGs pela proliferação do fogo, tornou-se um dos assuntos de maior repercussão internacional nas últimas semanas. Tanto, que os incêndios foram adicionados a pauta de reuniões do G7 um dia antes do início da cúpula.
Ao lado de temas como a guerra comercial entre EUA e China e o acordo nuclear com o Irã, a crise na Amazônia foi um dos únicos pontos de consenso entre os líderes mundiais presentes na reunião.
Após o encontro, os líderes do bloco anunciaram um fundo de 20 milhões de dólares para combater os focos de incêndio. O governo brasileiro já anunciou que recusará o financiamento.
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