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30/03/2017

Ato em São Paulo denuncia paralisação de investigações sobre desaparecidos na ditadura

Evento acontece no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo na sexta-feira (31/3), às 9h30



Familiares de vítimas da ditadura militar (1964-1985) vão denunciar, nesta sexta-feira (31/3), a paralização dos trabalhos de identificação de desaparecidos políticos e a continuidade das violações de direitos humanos no país, sobretudo contra a população jovem, pobre e negra das periferias.

O ato “Onde estão os desaparecidos políticos? Estado de exceção ontem e hoje”, organizado por entidades como a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”, Centro Acadêmico XI de Agosto, Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça, entre outros, acontece a partir das 9h30 no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e marca os 53 do golpe que deu início a 21 anos de ditadura militar no Brasil.

Durante o evento será lido um manifesto assinado por mais de cem instituições, coletivos e personalidades exigindo o fim da “dívida” do Estado brasileiro com os familiares das vítimas.

O documento também denuncia o “engavetamento” do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, publicado em dezembro de 2015, e o descumprimento da sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que em 2010 determinou a responsabilização de agentes do regime envolvidos em tortura, desaparecimentos forçados e execuções extrajudiciais no Araguaia.

O manifesto também chama atenção para as contínuas interrupções e atrasos no processo de identificação das ossadas encontradas em 1990 no cemitério de Perus, em São Paulo, e para retrocessos recentes na agenda nacional de direitos humanos.

“Quase 53 anos depois do golpe de 1964, o Estado brasileiro continua a vigiar e reprimir militantes e manifestantes por direitos tão básicos como a circulação, a saúde, a educação”, afirma trecho do documento. “Continua existindo uma polícia militarizada, contra as recomendações da ONU, da Comissão Nacional da Verdade e de outras Comissões da Verdade, bem como dos movimentos contra a violência policial e contra o encarceramento em massa e o genocídio da juventude preta, pobre e periférica.”

  • Clique aqui para ler a íntegra do manifesto.

A agenda de mobilizações ao redor dos 53 anos do golpe militar continuará ao longo do final de semana.

Veja a agenda completa:
31/03, 9h30, no salão nobre da Faculdade de Direito da USP:
https://www.facebook.com/events/260253604430021/

01/04, 15h30, no antigo prédio do Doi-Codi (Rua Tutóia, 921) https://www.facebook.com/events/163218174197669/

01/04, 9h às 12h30 – Caminhada da Resistência
https://www.facebook.com/events/1374590922601853/

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