Voltar
-
25/03/2019

Conectas cobra apuração de assassinato de liderança do MAB

Liderança do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e defensora de direitos humanos, Dilma Ferreira foi executada na sexta-feira junto ao esposo.

A liderança do MAB Dilma Ferreira, à direita, foi executada no dia 22 de março no Pará. (Foto: MAB/Divulgação) A liderança do MAB Dilma Ferreira, à direita, foi executada no dia 22 de março no Pará. (Foto: MAB/Divulgação)

Conectas Direitos Humanos repudia com veemência o assassinato de Dilma Ferreira Silva, defensora de direitos humanos e coordenadora regional do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), ocorrido na última sexta-feira, 22, em assentamento na zona rural de Baião, a 60 quilômetros de Tucuruí (PA). Junto de Dilma, também foram executados seu marido, Claudionor Amaro Costa da Silva, e Hilton Lopes, trabalhador rural assentado.

Segundo informações divulgadas pelo MAB, cinco pessoas chegaram à casa de Dilma em três motos por volta das 21h do dia 21 de março de 2019. Vizinhos relataram ouvir música muito alta vindo do local, algo que não era habitual do casal. No dia seguinte, a casa foi encontrada revirada, com os três corpos amarrados, amordaçados e com indícios de tortura.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Pará, as motivações do crime ainda estão sendo investigadas. Por ora, nenhum responsável foi identificado. De acordo com o MAB, embora o histórico de violência rural na região seja alto, não há notícias de que Dilma estivesse sob ameaçada.

Atingida junto com sua família pela construção da usina de Tucuruí, a terceira maior hidrelétrica do Brasil, Dilma era coordenadora regional do MAB desde 2005. Participou, em 2011, do Encontro Nacional das Mulheres Atingidas por Barragens, reunindo mais de quinhentas atingidas em Brasília. Na ocasião, foi responsável por entregar à presidenta Dilma carta com as reivindicações das atingidas, que incluía a criação de uma PNAB (Política Nacional de Direitos dos Atingidos por Barragens) e mecanismos de proteção à vida das mulheres da classe trabalhadora.

No país mais perigoso do mundo para pessoas defensoras de direitos humanos e ambientais, o assassinato de Dilma Silva e outras duas pessoas deve ser investigado com celeridade. É imprescindível uma apuração rigorosa e imparcial das circunstâncias, identificando e responsabilizando as pessoas envolvidas neste bárbaro crime.

À família de Dilma Silva e integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens, Conectas expressa sua mais profunda solidariedade.

Informe-se

Receba por e-mail as atualizações da Conectas