Voltar
-
29/11/2017

Agravamento da crise



No início do mês de novembro, o presidente da Argentina, Maurício Macri, instou o governo dos Estados Unidos a suspender as importações de petróleo venezuelano. A sanção, segundo Macri, tinha o objetivo de parar as violações que vêm acontecendo no país exportador e teria amplo apoio dos países da região. Organizações de direitos humanos, no entanto, se posicionaram contrariamente à medida – por meio de carta aberta – por acreditar que agravaria ainda mais a situação humanitária no país.

Há evidências de aumento das taxas de desnutrição infantil e de mortes devido à falta de alimentos e medicamentos na Venezuela, e qualquer restrição à exportação de petróleo, que representa cerca de metade da renda do Estado, poderá aprofundar a dificuldade de importação de comida e medicamentos, afirmam as entidades de direitos humanos que assinaram a carta.

Para as organizações, tal medida também pode impactar no aumento do fluxo de migrantes venezuelanos que deixam o país por conta da crise interna. De acordo com o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), o número de venezuelanos que procuram asilo no exterior aumentou em mais de 8.000% em 2016.

Na opinião das entidades, “os atores internacionais e regionais devem buscar uma solução pacífica e democrática” por meio da utilização de “ferramentas diplomáticas e medidas de pressão que ainda não atingem o cidadão venezuelano”. Para elas, “impor um embargo contra as exportações de petróleo não é a resposta”.

A carta aberta foi assinada pela Conectas; CELS (Centro de Estudios Legales y Sociales), da Argentina; Coordinadora Nacional de Derechos Humanos, do Peru; Dejusticia, da Colômbia; e WOLA (Washington Office on Latin America), dos Estados Unidos.

Informe-se

Receba por e-mail as atualizações da Conectas