Após mais de cinquenta anos de conflito, a Colômbia está em vias de firmar um histórico acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
No próximo domingo, 2, os colombianos vão às urnas confirmar se aceitam os termos do acordo discutido em Havana em agosto e firmado ontem, 26, em Cartagena, entre o presidente Juan Manuel Santos e o líder das Farc Rodrigo “Timochenko” Londoño.
Bastante extenso, o acordo abarca seis pontos que buscam tratar algumas das questões que motivaram o conflito, como uma política de desenvolvimento agrário que implique em redistribuição das terras e soluções para os cultivos ilícitos e seu comércio, colocando as drogas sob o enfoque de saúde pública.
As Farc terão ainda o direito de se constituir como partido político e assentos garantidos no parlamento colombiano, mas terão prazo de 180 dias para entregar as armas. Será criado ainda o Sistema Integral de Verdade, Justiça, Reparação e Não Repetição, composto por diferentes mecanismos judiciais e extrajudiciais para solucionar os crimes cometidos.
Em apoio ao acordo, mais de 40 organizações de direitos humanos da América do Sul, entre elas a Conectas, divulgaram uma nota pública em que respaldam o voto pelo “sim” para pôr fim ao conflito.
Segundo as organizações, o acordo estabelece um processo de fortalecimento da democracia e assegura o direito de quase oito milhões de vítimas do conflito.
“Neste momento, valorizar o acordo de maneira global é a melhor opção diante de um processo longo e complexo de negociações”, afirmam as entidades na nota. “Pôr fim à guerra pressupõe terminar com as violações massivas e sistemáticas aos direitos humanos e ao direito internacional humanitário, que afligem a população colombiana e, em particular, a rural.”