“Saiba que quando você joga um vídeo game você está no lugar de alguém e experimentando o modo como ele tem que lidar com a própria vida”, defende Mallika Dutt, presidente e CEO da ONG Breakthrough, com sede nos Estados Unidos e Índia, que usa vídeo games e outras tecnologias para o ativismo em direitos humanos. A idéia consiste em utilizar os jogos como forma de aprendizado.
A Breakthrough desenvolveu um jogo chamado ICED (I Can End Deportation), que aborda o modo como as leis de detenção e deportação dos Estados Unidos estão afetando a vida de milhares de pessoas. “Você joga no lugar de cinco jovens imigrantes, com histórias baseadas em fatos reais, e vive o dia a dia deles e as pequenas coisas que fazem”, explica. “Coisas que podem”, no entanto, “desencadear uma conseqüência que pode ser terrível, como terminar deportado ou preso”.
“Quando você se coloca no lugar da pessoa que está passando pela situação é uma experiência profundamente diferente de apenas ler ou ouvir a respeito”, diz Dutt. Ela conta que pessoas em mais de 120 países já jogaram o ICED, que é inclusive utilizado em salas de aulas para discutir direitos humanos e as políticas de imigração.
“Nós, que fazemos este trabalho, e o estamos fazendo na última década, vemos um imenso potencial no uso da tecnologia no campo dos direitos humanos”, afirma.
O uso da tecnologia no campo do ativismo é o tema do debate ‘Internet e Revoluções’, realizado por Conectas, na Livraria Cutura do Conjunto Nacional, em São Paulo – no Teatro Eva Herz (Avenida Paulista, nº 2073). O evento acontece no dia 11 de junho (segunda-feira), das 19h às 21h, com mediação da cineasta e apresentadora Marina Person e participações de Pedro Abramovay, diretor de campanhas da Avaaz, e Rodrigo Savazoni, da Casa da Cultura Digital, que discutirão o assunto.
Ao longo do debate, serão exibidos outros depoimentos de ativistas de direitos humanos ao redor do mundo contando suas experiências no uso da internet.
Assista abaixo ao vídeo em que Mallika Dutt explica como o uso de vídeo games pode ser importante na luta pelos direitos humanos.