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26/03/2021

Mobilização religiosa e agenda de direitos

Foto: Ascom Setur Foto: Ascom Setur

Se, por um lado, grupos religiosos estão historicamente envolvidos na articulação de processos de dominação política e negação de direitos ao redor do mundo, também é inegável o potencial mobilizador do religioso em temáticas que envolvem direitos humanos, tanto na construção de uma ética de coexistência quanto na criação de instrumentos de proteção e garantia de direitos.  Por isso, reconhecemos a importância de um diálogo sério e crítico entre religião e direitos humanos.

Após a edição da Revista Sur sobre Direitos Humanos e Religião, identificou-se uma preocupante distância entre defensores e defensoras de pautas envolvendo a religião – tais como Estado laico, liberdade de religião e crença – e demais ativistas de direitos humanos. Com esta iniciativa esperamos contribuir na diminuição desta distância e facilitar espaços de troca que potencializem a promoção de direitos reconhecendo e respeitando a diversidade de atores envolvidos nessa luta.

A iniciativa terá também uma vertente de proteção dos direitos de grupos politicamente minoritários que se veem afetados por atos legislativos que alegam proteger o direito à liberdade religiosa.  Por esta razão, um trabalho fundamental será monitorar a instrumentalização política da religião para violar direitos de minorias religiosas, mulheres, meninas e pessoas LGBTI+ tentando impedir qualquer retrocesso. Finalmente, queremos usar essa articulação entre religião e direitos humanos para uma melhor e mais efetiva compreensão do racismo religioso e seus efeitos no contexto brasileiro.

É necessário continuar tornando os espaços de troca de defensores e defensoras de direitos humanos em ambientes mais seguros, antirracistas e inclusivos.  Com este projeto buscaremos continuar trabalhando para tal objetivo.

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