Sob a justificativa de que o Conselho de Direitos Humanos da ONU é “hipócrita” e age com uma “parcialidade crônica anti-Israel”, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e a embaixadora do país na ONU, Nikki Haley, anunciaram a saída dos Estados Unidos do órgão. O pronunciamento ocorreu durante a 38ª sessão do Conselho, que estará reunido em Genebra até o dia 6/7.
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A decisão vem no momento em que o país é alvo de críticas sofridas pela política de tolerância zero de migração, que inclui a separação famílias migrantes na fronteira com o México, à qual o alto comissário da ONU para direitos humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein, classificou como “irracional” na última segunda, 18/6. Em maio, os EUA votaram contra uma resolução do Conselho que tinha como objetivo enviar investigadores internacionais para examinar a violenta reação das forças de segurança israelenses contra palestinos na Faixa de Gaza.
“A saída dos Estados Unidos do Conselho é uma decisão lamentável, porém não surpreendente. Ela vem na mesma linha de decisões anteriores da administração Trump, como a retirada do país do Acordo de Paris, numa estratégia contrária a acordos multilaterais que fortalecem políticas globais de proteção de direitos e combatem violações e retrocessos. Ainda assim, a retirada não significa um golpe de morte no Conselho, que já funcionou antes sem os EUA como membro” explica Juana Kweitel, diretora-executiva da Conectas. “Se uma das demandas principais dos EUA era combater a suposta seletividade, a discussão deveria ser feita no âmbito do Conselho, e não fora dele” completa.