Cinco anos após a eleição de Barack Obama, o centro de detenção de Guantánamo continua aberto, contrariando promessa de campanha do presidente norte-americano. Atualmente, a maioria dos seus 166 prisioneiros não responde por nenhum tipo de acusação formal.
Desde sua abertura, em 2002, a prisão vem sendo objeto da atenção de diversos organismos internacionais, como a ONU e a OEA. Com a greve de fome de 100 detentos desde fevereiro, as organizações trabalharam juntas e lançaram um manifesto conjunto repudiando a existência e violações de direitos humanos praticadas no complexo.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (OEA) e diversos especialistas da ONU, como o relator especial contra a tortura, ressaltam no comunicado que “a detenção indefinida de pessoas que em sua absoluta maioria não estão submetidas a nenhum processo formal de acusação, mesmo em situação extraordinária, se prolongada além de um tempo mínimo razoável, constitui uma flagrante violação ao direito internacional dos direitos humanos e, em si mesmo, uma forma de tratamento cruel, desumano e degradante”.
“É fundamental que as palavras de Obama sejam finalmente traduzidas em ações concretas seguindo o que determinam os órgãos e convenções internacionais e respeitando valores garantidos pela própria Constituição norte-americana” diz Lucia Nader, diretora executiva da Conectas.