No último sábado, 18, refugiados venezuelanos que estavam abrigados em acampamentos provisórios em Pacaraima (RR), foram surpreendidos com uma onda de ataques violentos perpetrados pela população local. O ato teria sido em resposta a um assalto ocorrido no dia anterior, sobre o qual há suspeitas da participação de venezuelanos. Hoje, mais de 40 organizações divulgaram uma nota conjunta de repúdio.
As agressões resultaram em uma fuga em massa de refugiados que, devido à sua condição de vulnerabilidade, colocaram-se em risco ao cruzar a fronteira de volta para a Venezuela, na tentativa de escapar dos ataques. As organizações responsabilizam o governo local por propagar discursos de cunho xenofóbico que inflamam a população, ressentida pela precarização de serviços públicos por conta da falta de gestão frente à alta demanda provocada pelo fluxo migratório.
“Autoridades de diferentes níveis da Federação e dos três Poderes que disseminam a discriminação e pleiteiam medidas populistas e inconstitucionais como o fechamento de fronteira ou cota de entrada de migrantes vêm agindo de forma irresponsável. Episódios deploráveis como o deste final de semana encontram inspiração em discursos e medidas xenofóbicas por parte do poder público”, manifestam as entidades na carta.
As signatárias ainda defendem que a solução para a questão migratória em Roraima passa pela implementação de “medidas de integração local em Roraima por meio de reforço dos serviços públicos e da interiorização devem ser priorizadas pelo Governo Federal”.